Quem são os loucos?
- Thaisa Tornero
- 30 de set. de 2016
- 2 min de leitura
"Para nós, aqui e agora, são muitos os de mentalidade sã e poucos os loucos. Mas os julgamentos, aqui e agora, são por sua natureza provisórios e relativos. O que nos parece sanidade mental, a nós, porque é o comportamento de muitos, pode parecer (...) uma loucura. Nem é preciso invocar a eternidade como testemunho. A História é suficiente. A maioria auto-intitulada de mentalmente sã, em qualquer dado momento, pode parecer ao historiador, que estudou os pensamentos e ações de inumeráveis mortos, uma escassa mão-cheia de lunáticos. (...) Onde esta herança social é uma loucura, o indivíduo naturalmente mais normal está moldado à semelhança de um louco. Em relação à sociedade em que vive, ele é, sem dúvida, normal, porque se parece com a maioria dos seus pares. Mas eles são todos, falando em absoluto, conjuntamente loucos."
Aldous Huxley
Setembro Amarelo: mês de prevenção ao suicídio
Estamos no último dia de setembro e durante todo mês aconteceu, principalmente nas redes sociais, uma campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio. O objetivo é alertar a população a respeito da realidade do suicídio no Brasil e no mundo e suas formas de prevenção.
Nas redes sociais, muitas pessoas se disponibilizaram para falar sobre o assunto e para ouvir pessoas que vivem momentos delicados, no qual, ficam suscetíveis à cometer o ato. Normalmente campanhas assim duram em torno de um mês e logo depois são esquecidas. Não é sempre que o individuo que tem algum problema psicológico ou psiquiátrico é acolhido, pelo contrário, eles, que carregam em si tamanha complexidade, são marginalizados ou abandonados.
Foi por esse motivo que decidi mostrar um pouco da realidade de algumas pessoas que são taxadas socialmente como "loucas". Estive no CAPS III (Centro de Atenção Psicosocial) (dessa vez eu não era paciente, rs), onde é oferecido um serviço de saúde mental, aberto e comunitário do SUS. É local de referência e tratamento para pessoas que sofrem com transtornos mentais, psicoses, neuroses graves e persistentes e demais quadros que justifiquem sua permanência num dispositivo de atenção diária, personalizado e promotor da vida. Os CAPS podem ser de tipo I, II, III, álcool e drogas (CAPSad) e infantojuvenil (CAPSi).
Durante essa visita, tive a oportunidade de conhecer pessoas incríveis e poder ouvir suas tantas histórias. Passei um pouco do tempo com Seu Mário e sua filha Marilene, a família de Wagner e Beatriz, Leandro, um jovem otimista, Paulo, um homem desinibido e comunicativo e a família de Inês.
Espero que o Setembro Amarelo não aconteça durante apenas 1 mês, pessoas como Paulo e Wagner estão todos os dias próximos à nós e precisamos parar de fingir não enxergá-los.




















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